Arquitetura já foi categoria premiada nos Jogos Olímpicos
Durante os Jogos Olímpicos, torcemos por atletas de diversas modalidades, como futebol, ginástica, judô ou skate. Mas você sabia que até 1948, arquitetos, pintores e músicos também recebiam medalhas olímpicas? Sim, arte e esporte já andaram lado a lado nos Jogos.
Estátua de Pierre de Coubertin em Atlanta, Georgia, EUA.
Pierre de Coubertin, conhecido como o fundador dos Jogos Olímpicos, publicou no jornal Le Figaro um artigo intitulado “A Olimpíada Romana” em 1904. Nesse texto, Coubertin queria uma olimpíada que celebrasse não apenas o esporte, mas também as artes. Apesar de Pierre querer implementar esse feito em 1908, só veio acontecer em 1912, em Estocolmo. As competições olímpicas incluíam cinco categorias artísticas: pintura, escultura, arquitetura, literatura e música. As regras determinavam que todas as obras artísticas deveriam ter uma conexão com o esporte. Essa integração visava celebrar a excelência humana tanto nas competições atléticas quanto nas criações artísticas.
As competições artísticas fizeram parte dos Jogos Olímpicos até 1948, depois que o congresso do COI (Comité Olímpico Internacional) concluiu que a maioria dos artistas participantes eram profissionais, o que não estava alinhado com o princípio de amadorismo dos Jogos Olímpicos.
Alguns prédios definitivamente deixaram sua marca na história e ainda estão em uso hoje. Por exemplo, o Estádio Olímpico em Amsterdã, desenhado pelo arquiteto Jan Wils, ganhou a medalha de ouro em 1928; o Ginásio Payne Whitney na Universidade de Yale, projetado por John Russell Pope, que ganhou a prata em 1932 e o Estádio Olímpico de Wroclaw, desenhado pelo arquiteto Richard Konwiarz, que ganhou o bronze em 1932.
Estádio Olímpico em Amsterdã. Medalha de ouro em 1928.
Ginásio Payne Whitney. Medalha de prata em 1932.
Estádio Olímpico de Wroclaw. Medalha de bronze em 1932.
A arquitetura ter sido uma modalidade olímpica no passado, reflete a importância da arte e design. Hoje vemos um reflexo moderno dessa tradição nas construções associadas ao evento. A Vila Olímpica de Paris, em construção desde 2021, é um exemplo. Construída em um subúrbio às margens do rio Sena, a Vila conta com 82 prédios, 3 mil apartamentos e 7.200 quartos, projetados para acomodar 15 mil pessoas durante os Jogos Olímpicos. Após o evento, o local será convertido em um residencial permanente, com foco em sustentabilidade e conforto. Um dos edifícios, desenhado pelo escritório internacional com raízes brasileiras TRIPTYQUE, destaca-se pelo uso de telhado vivo e controle de impacto de carbono, estabelecendo um novo padrão para moradias urbanas. A madeira será um elemento central na estrutura de quase todas as principais construções dos Jogos Olímpicos, desde a vila dos atletas até os ginásios de competição. Essa escolha reflete o compromisso de tornar esta edição dos Jogos a mais sustentável da história.
Prédio da Triptyque Arquitetura – Vila Olímpica.